sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AULA PARÁBOLAS DE JESUS


PARÁBOLAS DE JESUS: Que Demonstram Como Deve Ser Comparado o Reinos do Céus
Parábolas:
Do Trigo e do Joio. Do Credor Incompassivo.
Do Festim das Bodas. Do Reino dos Céus.
Do Tesouro Escondido e da Pérola. Do Grão de Mostarda e do Fermento
Introdução
Parábola é a narrativa que sobre fatos comuns oculta, por comparação, realidades superiores. É uma narração em que fatos da vida servem de comparação a outros de sentido moral. Ela encerra sempre uma doutrina moral. Nela é preciso buscar a alegoria que representa a idéia espiritual. Há 2000 anos parábola (MÂSHÂL em aramaico) significava sentença ritmada em versos paralelos, ditado popular com suas máximas. Mas se destilava ao ensino oral de pai para filho.
Na Bíblia, encontram-se parábolas no Antigo e no Novo Testamento. Ficaram famosas as parábolas narradas por Jesus, que as empregou como meio didático de aprendizagem dos conceitos de sua Doutrina. JESUS servia-se de comparações com acontecimentos da vida comum; assim, tornava possível a memorização pelo povo, "porém tudo declarava em particular aos seus discípulos" (Mc 4:34).
Alguns interpretadores divergem no modo de agrupar e classificar as parábolas, o que não lhes diminui o valor.
Nas parábolas que se referem a que deve ser comparado o Reino dos Céus, essa expressão significa o "Reino de Deus". Jesus empregou tais expressões no sentido objetivo e no subjetivo. No sentido objetivo, designa o mundo exterior, e, então, significa os lugares felizes, que são os "mundos ditosos" e os "mundos celestes ou divinos". No sentido subjetivo, designa a paz da consciência, a paz interior, o coração sereno, a mente tranqüila. Portanto, nesse sentido, "o céu" está dentro de cada um.
Para melhor entender a parábola deve-se situar o tema, rememorando a passagem evangélica; esclarecer os termos dos usos e costumes da época; destacar o objetivo do ensino; desenvolver o tema atualizando-o e procurar fixar o ensino, salientando sua importância na vida prática.
1 - Parábola do Trigo e do Joio (Mt 13:24-30)
É também chamada "da cizânia", palavra esta que significa gramínea nociva, como o joio, que nasce junto ao trigo. Cizânia também significa rixa, desarmonia.
O tema central é que na Terra, o mal coexiste com o bem: os maus e os bons, os justos e injustos vivem conjuntamente. Todavía, chegará a hora propícia para a separação. "0 joio está para o trigo assim como o juizo humano está para as manifestações superiores", diz Cairbar Schutel.
O próprio Jesus explicou a parábola, conforme se lê nos versículos 36 a 43 desse capítulo 13 de Mateus. O que semeia a boa semente, o Filho do Homem, é Jesus. O campo é a Humanidade. A boa semente são os "filhos do reino", isto é, todos aqueles que se esforçam por serem seguidores dos ensinamentos divinos como tarefeiros dedicados preparando-se para o trabalho eterno. O joio (cizânia) são aqueles que ainda não se empenham para evoluírem espiritualmente. O "inimigo do homem" são os maus Espíritos que vêm perturbar, atormentar e obsediar os homens: simboliza também as tentações do mundo, que arrastam para a estrada larga dos vícios. O tema da ceifa, o ''fim do mundo", são as épocas de expurgos coletivos, quando o planeta é depurado dos elementos nocivos. Os anjos, ou segadores, são os Espíritos Superiores, Entidades de Luz, colaboradores de Jesus na tarefa de evolução espiritual da Humanidade.
Deus permite que os maus convivam com os bons para terem oportunidade de apressarem sua regeneração. Até mesmo porque muitos sãos maus por ignorância, por não terem tido educação. Assim, a extirpação de todos os maus ocasionaria a ceifa também desse tipo de maus, com evidente prejuízo para eles, porque lhes estaria sendo retirada a oportunidade de regenerarem-se. Diferem dos que são renitentes no mal pelo mal.
Em particular, a parábola aplica-se aos adeptos de qualquer religião, quando a cizânia cresce ao lado do bom trigo.
2 - Parábola do Credor Incompassivo (Mt 18:23-35) e (Mt 18:21-22)
Esta parábola é um exemplo ilustrativo do perdão das ofensas . Naquele tempo era permitido ao credor prender o devedor, forçá-lo trabalhar e até vende-lo, para receber seu crédito. E se a quantia apurada não fosse suficiente para resgatar a dívida, era permitido também vender a mulher e os filhos do devedor.
O primeiro servo era devedor, ao seu senhor, de dez mil talentos, uma quantia fabulosa. E não tendo com que pagar, o credor mandou ele, sua mulher e filhos fossem vendidos. Todavia, o devedor pediu clemência e o credor, generoso, perdoou-o.
Porém, mal tinha obtido perdão, encontrou um companheiro, servo como ele, e que lbe devia cem denários, uma quantia ínfima, e de forma violenta passou a exigir do devedor o retorno do seu dinheiro, mantendo-se surdo aos rogos do pobre bomem, mandou encerrá-lo na prisão.
Os demais servos, entristecidos, foram relatar o acontecido ao senhor deles. Este após repreender o servo impiedoso, entregou-o aos verdugos, voltando a insistir no pagamento de tudo quanto lhe devia e que tão generosamente havia perdoado.
E Jesus termina a parábola, dizendo: "-Assim também meu Pai celestial vos fará, se de coração não perdoardes cada um a seu irmão as suas ofensas".
A parábola põe em destaque o ensinamento que o homem deve perdoar aos seus devedores, para também merecer o perdão de suas faltas. E para estimulá-lo na conquista desta virtude, o Pai celestial o favorece com sua bondade e misericórdia.
Todos trazem consigo aflições que desconhecem, logo, se quiserem ser indultados devem também ter indulgência.
Todavia, não se pode esquecer que não é Deus quem castiga: as leis de Deus se exercem com rigor e precisão, e cada qual colhe o que semeou. É a Lei de Ação e Reação: quem não perdoa, não é digno de ser perdoado.
Assim, não há propriamente perdão das faltas cometidas; mas o ressarcimento delas pelo sofrimento, ou pela prática de atos meritórios (E.S.E., X, item 1-14).
3 - Parábola do Festim das Bodas (Mt 22:1-14) e (Lc 14:15-24)
A chamada (o convite) é de Deus, a escolha depende das obras de homem.
Jesus aproveita aqui um fato comum, o casamento, para transmitir profundos ensinamentos espirituais. Uma parte importante das bodas, isto é, do casamento, era o festim, ou seja, o banquete nupcial com muitas iguarias.
Nessa parábola, o Rei simboliza Deus, o Pai. O banquete nupcial o Reino dos Céus, há muito mostrado aos homens pelos Enviados, os Grandes Missionários e os Profetas: e finalmente anunciado por Jesus através da pregação de seu Evangelho. Assim, na parábola, o filho é Jesus.
As iguarias representam os ensinos espirituais; os alimentos materiais fortalecem o corpo, e os ensinos espirituais fortalecem o Espírito.
Os convidados desatentos são os israelitas, pois a eles foram enviados os Profetas. Quem melhor para entender os ensinos de Jesus de
que os próprios doutores, rabinos e sacerdotes? Infelizmente, todos estavam mais preocupados com seus afazeres transitórios e ambiciosos.
Diz então a parábola que "o Rei irou-se e mandou suas tropas exterminarem aqueles assassinos e incendiarem sua cidade", numa alusão clara à lei de Ação e Reação (ou de "causa e efeito"), porque como se lê em Mateus (26:52), todos os que lançam mão da espada, à espada morrerão; e em Apocalipse, (13: 10), aprende-se que quem leva para cativeiro, para cativeiro vai. O efeito é sempre proporcional à causa.
Foram então convidados para o banquete espiritual todos quantos foram encontrados, bons e maus. Significando que o Evangelho foi pregado a todos os povos, aos gentios, pois que estes seriam admitidos às 'bodas", já que os primeiros convidados mostraram-se indignos (Atos, 13 :46).
Tal como hoje é costume vestir uma roupa elegante para ir a um casamento, naqueles tempos era obrigatório vestir uma "túnica nupcial" para participar do banquete. Mas não basta ser convidado, é indispensável a renovação íntima.
Essa veste nupcial análoga ao corpo espiritual imaculado, significa as boas obras, o amor, a pureza, a humildade, a bondade, a mansuetude; tudo o que se tem de mais belo deve acompanhar a fé. Significa aqueles que fazem a vontade do Pai e vivem em conformidade com o Evangelho de Jesus. É a harmonia de vibrações do corpo espiritual, revestido de amor e traduzido em luz.
Portanto, não basta apenas pertencer a esta ou àquela igreja nem dizer o nome de cristão, pois não é suficiente aceitar o convite para o divino banquete da fé universal. É preciso estar à altura do convite, é fundamental a "túnica nupcial", do corpo espiritual, isto é, a pureza do coração e a luz do espírito do Homem Novo (Ef 4:24).
É por isso que Jesus disse "muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos"; porque os que não reformarem sua conduta, não se esforçarem por vencer os vícios e os defeitos, substituindo-os por virtudes, terão reencarnações dolorosas, onde passarão pela dor da expiação; é o que significa a sentença do Mestre, quando asseverou que "muitos serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.
4 - Parábolas do Reino dos Céus (Mt , 13: 44-52)
Sob esse título englobam-se quatro curtas narrativas: Parábola do Tesouro Escondido (Mt 13:44), Parábola da Pérola (Mt 13 :45-46), Parábola da Rede (Mt 13:47-50) e Parábolas do Grão de Mostarda e do Fermento (Mt 13:31-33).
O objetivo de Jesus era ensinar que o Reino de Deus não é exterior, mas está dentro de cada um. Então, todo aquele que se esforça em viver virtuosamente, cristãmente, reformando seu íntimo, passa a assimilar o Reino do Céu e, portanto, a vivenciá-lo.
Por isso, o Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido, ou a uma pérola de grande valor. O tesouro escondido, ou a pérola, simbolizam a transformação do indivíduo, que ao trilhar o caminho da reforma íntima despoja-se de todos os vicios e defeitos, desembaraçando-se dos conceitos de suas velhas crenças, do egoísmo, do preconceito, da superstição, do apego aos bens terrenos para passar a possuir os bens celestiais.
A rede lançada ao mar, que recolhe peixes de toda espécie, simboliza, por sua vez, o próprio mundo, constituído de bons, medianos e maus, os quais, segundo o dizer de Jesus Cristo, serão inapelavelmente julgados conforme suas obras. É óbvio que para palmilhar o caminho da evolução, aproximando-se cada vez mais de Deus, é imperioso adquirir qualidades boas, que são valores imperecíveis e santificantes.
A expressão "assim será na consumação dos séculos", equivale a dizer que assim será no fim do mundo velho e no advento do mundo novo, quando a Terra será elevada à categoria de mundo de Regeneração.
Concluindo a série de parábolas sobre o Reino dos Céus, Jesus disse que "todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus, é semelhante: um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas" (Mt, 13:52). Ora, o bom pai de família é aquele que sabe orientar os sele filhos, tirando do seu próprio entendimento tanto as coisas velhas dos ensinamentos antigos como as coisas novas do Evangelho, fazendo com que elas, como verdadeiros tesouros, se revertam em fatores que venham a impulsionar os seus filhos no roteiro do aprimoramento espiritual facilitando assim a conquista da reforma interior, definida por Jesus como sendo a conquista do Reino dos Céus.
5 - Parábola do Tesouro Escondido e da Pérola (Mt 13:44-46)
"Buscai e achareis", disse Jesus.
Por todos os tempos, o homem procura tesouros que lhe permitem viver com bem-estar. Vende e compra muitas vezes, prejudicando sua serenidade e suas virtudes.
Esquece-se de perguntar: de onde vim? para onde vou? e, se o faz, deixa a busca da resposta para depois.
O "tesouro escondido" está perto dele e, como a felicidade, só depende dele mesmo para encontrá-lo. Certamente é preciso procurar, utilizando seus melhores talentos, seus preciosos sacrifícios, suas renúncias sublimadas, que valem mais que tudo aquilo que possui ou poderia possuir.
Quando o homem parte para a vida espiritual somente o seu "tesouro oculto" o acompanha. Também assim sucede em comparação com a pérola. Elas são raras, naturais e caras. Para possuir a pérola de maior valor, o homem vendeu tudo quanto tinha, pois sabia que uma valia por todas. Qual é a opção mais sensata: as pérolas das paixões e apego às coisas terrestres, ou a pérola da serenidade do Espírito, no verdadeiro Reino dos Céus')
6 - Parábolas do Grão de Mostarda e do Fermento (Mt 13:31-33), (Me 4:30-32) e (Lc 13: 18-21)
Mostram a valorização do fenomeno do crescimento espiritual para merecer o "Reino dos Céus".
Ao lançar a semente da boa palavra e da vocação em seu coração, o homem inicia sua reforma íntima, cultivando o seu campo espiritual.
Cultivando as primícias do bem e do amor, semelhantes a uma pequenina semente de mostarda que é depositada em seu coração, o Espírito do homem encarnado se eleva no campo das virtudes santificantes, passando a merecer que "as aves do Céu", ou seja, os Espíritos do Senhor sejam atraídos pelas suas novas qualidades interiores, ajudando-o, assim, a galgar melhor a escalada do progresso espiritual, aproximando-se cada vez mais do Criador.
De forma idêntica, assim como uma porção de fermento faz levedar toda a massa, o homem que se anima a abrigar em seu coração as primícias do bem, e tão somente do bem, faz com que suas qualidades morais e espirituais se agigantem, assim como o fermento faz levedar toda a massa.
Bibliografia:
AS PARÁBOLAS - José de Sousa e Almeida
AS MARAVILHOSAS PARÁBOLAS DE JESUS - Paulo Alves Godoy.
PARÁBOLAS E ENSINOS DE JESUS - Cairbar Schutel
O NOVO TESTAMENTO.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - E.S.E., cap. XVIII.
VINHA DE LUZ, lição 68 - Emmanue1.
O ESPÍRITO DA VERDADE, lições 14. 30, 47 e 98 - Emmanuel e outros
O REDENTOR - Edgard Annond.
CRÔNICAS EVANGÉLICAS - Paulo Alves Godoy.
NA ESCOLA DO MESTRE - Vinícius .
NOTA: A partir desta lição, será utilizada a sigla E.S.E., para designar . Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec.
QUESTIONÁRIO
1 - O que são parábolas?
2 - Por que Jesus ensinava muitas coisas por parábolas?
3 - O que significa a sentença: '-0 Reino dos Céus está dentro de cada um"?
4 - Qual a diferença entre o joio e o trigo?
5 - Podem as faltas ser perdoadas? Deus aplica castigo?
6 - O que é lei de Ação e Reação, ou de Causa e Efeito?
7 - A que comparou Jesus o Reino dos Céus?

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