domingo, 7 de outubro de 2012

Estudos bíblicos - As traduções


Estudos bíblicos

Grupo Espírita Bezerra de Menezes

As traduções

Septuaginta: Versão dos Setenta - Primeira tradução dos escritos do Antigo Testamento hebraico para o grego, produzida em Alexandria, no século III a.C., a pedido de um dos reis macedônicos do Antigo Egito, Ptolomeu II Filadelfo. Durante o seu reinado, os judeus receberam privilégios políticos e religiosos totais. Também foi durante esse tempo que o Egito passou por um grande programa cultural e educacional, sob o patrocínio de Arsínoe, esposa e irmã de Ptolomeu II. Nesse programa inclui-se a fundação do museu de Alexandria e a tradução das grandes obras para o grego.
A Septuaginta tomou esse nome pelo fato de ter sido realizada por 70 anciões, trazidos de Jerusalém exclusivamente para a tarefa. Foi rechaçada pelos judeus ortodoxos, numa atitude semelhante ao católicos da Idade Média, diante do reformador protestante Martim Lutero, que traduziu a Bíblia para o alemão, tornando-a acessível ao povo. A idéia era a mesma: Ampliar o conhecimento do Antigo Testamento para a língua grega, para atingir outros judeus alexandrinos, mas os radicais viram este trabalho como uma profanação. A Septuaginta incluía não apenas o cânon hebraico, mas também outras obras judaicas, em sua maior parte escritas nos séculos II e I a.C., em hebraico, aramaico e grego. Esses escritos, mais tarde, vieram a ser conhecidos como os Apócrifos, palavra grega que significa oculto ou ilegítimo. Os judeus consideravam esses livros como não inspirados. Os denominados Apócrifos são 15 livros judaicos, surgidos no período intertestamentário. São eles: 1 e 2 Esdras, Tobias, Judite, Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiastes, Baruc, Epístola de Jeremias, Prece de Azarias e Cântico dos Três Jovens, Suzana, Bel e o Dragão, A Prece de Manassés, 1 e 2 Macabeus.
A Septuaginta serviu de fundo às traduções para o latim a para as outras línguas. Tornou-se também uma espécie de ponte religiosa colocada sobre o abismo existente entre os judeus (de língua hebraica) e os demais povos (de língua grega). O Antigo Testamento da LXX foi o texto utilizado em geral na primitiva igreja cristã.
Vulgata Latina – Tradução dos escritos do Antigo e do Novo Testamento para ao latim, realizada por Sofrônio Eusébio Jerônimo (São Jerônimo), no século IV d.C, a pedido de Dâmaso, bispo de Roma. Depois da Septuaginta, foi a primeira vez que os escritos foram ordenados de forma a tomar um corpo de doutrina. Foi o mais importante trabalho de codificação dos Escritos Sagrados, pois é o que se utiliza até hoje como detentor de autenticidade e credibilidade.
Na época havia numerosos textos que compunham o Novo Testamento, também chamado Antiga Latina, que apareceram ao redor da segunda metade do século IV e que induziram os cristãos a uma situação religiosa intolerável, o que levou o bispo de Roma (366-384) a providenciar a revisão. O resultado desse grande esforço chama-se Vulgata Latina. A tradução de Jerônimo sofreu muitas críticas e ataques dos ortodoxos, principalmente de Santo Agostinho, um dos Pais da Igreja, que só mais tarde reconheceu o valor do documento.
São Jerônimo passou 38 anos de sua vida dedicados ao exame das Escrituras Sagradas. Nos séculos seguintes, a Vulgata passou a ser a edição predominante da Bíblia e assim foi por toda a Idade Média. Também serviu de base para a maioria dos tradutores da Bíblia, anteriores ao século XIX.

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